Alguns homens tem o dom da sedução, o dom de dar prazer.
Não posso dizer que sou expert no assunto, mas já conheci diferentes tipos de homem, e mesmo com a minha, não tão vasta experiência, sei listar a diferença entre eles.
O jovem é afobado, ansioso, não controla seu desejo e o extravasa sem cerimônia, em busca de seu próprio prazer.
O homem maduro pode enxergar a mulher de formas diversas, umas vezes idolatra, outras vezes, com a melhor das intenções, decide que dar prazer é melhor do que tê-lo, e se perde no meio do caminho, tentando seguir um roteiro que ele mesmo escreveu. Mas os aplausos não chegam no fim da performance.
Por sorte, existe um outro tipo de homem, que age, não sei se por instinto, pesquisa ou experiência, de uma maneira toda especial, onde cada toque de pele provoca uma descarga elétrica, um arrepio. Não estou falando de paixão, não estou falando de amor. Estou falando de algo que é maior que a simples atração sexual. É a dança do acasalamento.
A intenção já começa no olhar, passa pelo aperto de mão, o beijo no rosto, e segue um ritmo lento e preciso, de quem sabe bem onde quer chegar.
Aquele leve toque nas costas, de quem deixa o outro passar primeiro pela porta da sala, o convite para sentar, seja no chão, no gramado, no sofá ou na ponta da cama.
O quarto nem sempre arrumado, mas com a atmosfera perfeita de aconchego selvagem.
Esse tipo de homem, não está disponível em qualquer lugar. Muitos se acham assim, especiais, mas poucos realmente o são.
Por sorte, ou destino, por estar no lugar certo na hora exata ou por de repente olhar para ele por um novo ângulo, um dia, conheci alguém assim.
Não, eu não quis me apaixonar. Não quis amá-lo, até por que, eu já tinha um amor. Não quis retê-lo em minha vida por um tempo maior do que o necessário, mas pude saborear cada momento em que estivemos juntos, e registrar em minha mente, em meu corpo, cada lembrança daqueles toques certeiros. Até hoje, essas memórias são capazes de arrepiar o meu corpo e fazer sentir aquele frio na espinha, e o desejo: o desejo de cair novamente em seus braços, mesmo que eu saiba que a intensidade do momento tenha sido passageira.
Eu mudei, ele certamente também mudou. Ainda posso acompanhar à distância, alguns de seus passos. Ele jamais conseguiria me encontrar.
Não ficaram laços, não ficaram contatos salvos no telefone celular.
Nossa história foi como um vendaval, que balança as copas das árvores, espalha folhas pelo chão, e passa.
Outras pessoas tocaram meu corpo depois. Muitas outras foram tocadas por ele.
Talvez nunca mais possa sentir a mesma emoção, o mesmo tesão, mas a vida segue. Hoje são outros toques, talvez não melhores, talvez não piores.
Cada chocolate tem um sabor e uma surpresa. Saborear o prazer atual, lembrar do anterior ou desejar o próximo são partes de uma mesma vida, e sempre haverá uma nova caixa de bombons, quando essa acabar.
Meu nome é Sarah B. - Sou autora do blog: Borboletas também choram
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